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    Comprar casa: vantagens e desvantagens

    O atual estado do mercado imobiliário em Portugal, nomeadamente os preços altas e a escassez do mercado de arrendamento de longa duração, sobretudo nas cidades maiores, no litoral e nas zonas mais turísticas, diz-nos que comprar casa ainda é mais fácil do que arrendar - apesar das crises e da recente subida de taxas de juro. No entanto, se pensa comprar casa, há uma série de variáveis que tem de perceber, para chegar à melhor decisão possível na sua situação específica.

    Nos últimos anos o crédito habitação tem estado relativamente acessível e tem sido mais fácil comprar casa própria, à boleia dos juros baixos. Até 2018, a depender da sua situação profissional e familiar, e do valor do imóvel, ainda conseguia financiamento quase total ou total. No entanto, a lei mudou e neste momento é quase impossível comprar sem, pelo menos 10% de capitais próprios, ou seja, a entrada inicial, mais impostos inerentes à compra.

    Pense nas principais vantagens de comprar casa:

    • Será provavelmente a maior compra da sua vida, mas vai trazer-lhe estabilidade e tranquilidade;
    • Em caso de venda da casa, tem sempre retorno;
    • Deixa de estar sujeito ao arrendamento, com valores altos, aumentos e instabilidade;
    • É sempre um investimento. Mesmo que não tenha outros, este é o seu, e poderá sempre arrendar ou vender. Em Portugal continua a ser das melhores formas de investimento, até pelas relativamente baixas taxas de juro dos depósitos a prazo e outros produtos financeiros;
    • Pode construir um projeto de vida mais sólido, usufruir do espaço como entender, fazer obras, desenhar um projeto a seu gosto e construir, entre outras alternativas;
    • Ficará com um bem próprio para sempre e, caso tenha descendentes, poderão herdá-lo no futuro, o que é sempre uma ajuda na vida de alguém, seja em que fase for.

    Equacione as desvantagens da aquisição de uma casa:

    • É um compromisso de médio a longo prazo;
    • Pode retirar alguma mobilidade e possibilidade de trabalhar fora ou mudar de país, embora o aumento do trabalho remoto venha amenizar esta questão. Mas depende das profissões, claro está;
    • Representa um esforço financeiro, nomeadamente na entrada, nos impostos inerentes à compra, no imposto municipal sobre imóveis, o IMI (que pagará anualmente) e no condomínio;
    • Caso compre a meias com um cônjuge/familiar/amigo, e tenha relações pouco estáveis, ou haja uma separação, vai ser sempre preciso haver divisões e decisões;
    • Caso não consiga fazer uma escolha acertada, é mais difícil mudar.

    Como pesquisar?

    O mercado imobiliário tem crescido muito em Portugal: para começar a sua pesquisa, para além de poder fazer uma prospeção de mercado fácil, através dos sites públicos de imobiliário e dos sites das agências, tem disponível online os preços médios da região onde pensa comprar casa e o preço por m2 do bairro.

    É importante usar os simuladores, para perceber quanto ficaria a pagar de prestação. Mas é fácil de perceber que, por exemplo, em Lisboa ou Porto, a prestação que pagará por um T2 é, regra geral, bastante inferior à renda de um T2 dentro dos limites da cidade. Isto irá trazer-lhe outra qualidade de vida: não só fica com mais dinheiro disponível por mês, como o que paga é para si e não para o senhorio. Mas é claro que exige que já tenha poupado para o tal capital inicial de entrada e impostos.

    Seja como for, se quer chegar à compra, agora ou no curto/médio prazo, perceba toda a sua situação, para decidir:

    Faça contas e tenha um fundo de maneio

    Uma das primeiras coisas a fazer é perceber sensivelmente o nível de prestação mensal consegue pagar. Qualquer simulador simples lhe diz para um financiamento, suponha, de 150 mil euros, quanto ficará a pagar. Precisa de ter, no mínimo, 10% de capitais próprios. Se ainda não tem, é boa altura para começar a criar o seu fundo para a casa.

    Perceba como a banca olha para si e que crédito lhe poderá dar

    Na banca ou nas grandes financeiras, as regras são apertadas. A sua idade, situação profissional (com contrato ou recibos verdes, avença, etc.); a situação do seu cônjuge, unido de facto, familiar ou amigo (no caso de compra conjunta); o facto de ter filhos; o facto de ter fiadores; o facto de ter algum património, entre outros fatores – tudo conta para o empréstimo que conseguirá obter. Para além da entrada, deve perceber também, via simulador, todos os impostos associados à casa. Há pessoas que conseguem recorrer a mais do que um financiamento - através de outros produtos financeiros, como o crédito pessoal - para pagar impostos ou obras, mas isso depende sempre da estrutura financeira de base de cada pessoa ou agregado familiar. Coloque um sinal vermelho bem luminoso se estiver a pensar fazer um esforço financeiro demasiado grande, comprometendo a sua segurança, saúde, família e qualidade de vida. É claro que a banca analisa a sua taxa de esforço (e a de mais alguém que compre consigo), mas mesmo assim, é ao próprio que cabe analisar, em consciência, as restantes despesas mensais que tem e estilo de vida que segue.

    Como olha para a sua vida daqui a 5 anos?

    Uma casa é, boa parte das vezes, a maior compra que alguém faz ao longo da vida e é preciso refletir em muitas variáveis à volta dela. É claro que não podemos prever tudo na vida, mas podemos ter uma ideia do que vamos precisar a médio prazo. Se tem família, se a família vai aumentar, se quer ficar a viver na cidade, se tem um tipo de profissão em que pode, e quer, ir para os arredores – uma nova variável a equacionar com o teletrabalho ou regime misto. É bom pensar também sobre transportes ou serviços de que não pode abdicar, entre outras coisas. Para a média da população este compromisso pesa bastante no orçamento mensal e familiar.

    Aponte para uma escolha equilibrada: o ideal é uma miragem

    Quando parte para a procura já deve ter feito uma prospeção de mercado: consegue fazê-la online nos agregadores e sites imobiliários. Isole imediatamente tipo de habitação, zonas/bairros, faixa de preços, assoalhadas ou nível de obras. Pode, por exemplo, ser capaz de abdicar de elevador ou de garagem, mas não da proximidade de um transporte específico, como comboio ou metro, ou de uma escola. Pode ver casas que necessitam de remodelação, por exemplo, e estar disposto a fazê-la, para conseguir determinado preço. Não parta para a pesquisa sem objetivos de base definidos, porque é uma busca interminável. O que se aconselha é que, se já reúne condições, assim que vir algo que lhe pareça adequado – mesmo que não seja o seu sonho – faça rapidamente uma proposta, para perceber se pode conseguir atingir ou negociar o valor. É que a seguir ainda tem de ir bater à porta da banca. Como as coisas podem demorar algum tempo, e ser difícil e cansativo correr toda a banca para saber quem lhe dá as melhores condições, pode recorrer ao serviço da intermediação de crédito. Este tipo de serviço ajuda-o, em poucos dias, a perceber que hipóteses tem, e é completamente gratuito para o cliente.

    Consiga um negócio mais vantajoso

    Há dicas que não deve esquecer. Por exemplo, é expectável que alguns proprietários estejam mais disponíveis para baixar os preços e negociar, sobretudo se tiverem urgência. Antes de chegar à negociação recolha toda a informação. Perceba o preço por metro quadrado na freguesia, as descidas de preço, e analise bem o mercado para se preparar melhor e garantir um bom negócio. Não se esqueça que, com tanta flutuação e crises inesperadas, o mercado pode estar num patamar e muito pouco tempo depois, haver subidas ou descidas. Tudo depende dos meses exatos em que estiver neste processo. Outra dica essencial é que pode poupar nos seguros e outros produtos financeiros associados ao crédito habitação, porque pode contratá-los fora do banco. Mesmo que lhe aumentem o spread, pode valer a pena e conseguir poupar bastante na prestação mensal.

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