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    Como ensinar as crianças a poupar: 8 ideias a aplicar

    Todos os pais gostam de mimar e presentear os seus filhos de vez em quando e, por vezes, dizer que não a pedidos fora de ocasiões especiais pode ser um exercício emocional difícil. Por outro lado, mais do que brinquedos e guloseimas, o melhor que lhes podemos dar é educação.

    Descubra neste artigo algumas dicas para ensinar as crianças a poupar dinheiro e, no processo, a adquirirem hábitos que vão ser fundamentais para o seu futuro, bem como começarem a ganhar hábitos de Literacia Financeira.

    1. Explique o que é a poupança e para que serve

    Explicar para que serve poupar dinheiro, e que é relativamente simples, mas mais eficaz ainda é mostrar-lhes como funciona. Talvez possa querer começar por construir um pequeno fundo de emergência com os seus filhos e, mais tarde, simular um momento em que seja preciso usá-lo. Pode fazê-lo para coisas simples, como por exemplo, pagar as compras do supermercado, pagar estacionamento ou um item que os seus filhos desejem muito e para o qual os incentivou a poupar.

    2. Decida: dar ou não dar semanada?

    E aqui entra uma pergunta frequente de todos os pais: dar ou não dar semanada às crianças?

    Não há exatamente uma resposta certa, mas há teorias que defendem que a atribuição de uma mesada ou semanada ajuda a incutir aos mais pequenos a responsabilidade de tomar decisões sobre o próprio dinheiro. Gerir uma pequena fonte de rendimento (neste caso, a mesada ou semanada) é, na verdade, uma suave introdução a uma vida financeira que esperamos que seja saudável, especialmente em idade adulta.

    No que diz respeito à forma como lidamos com o dinheiro de forma benéfica, a expressão popular “é de pequenino que se torce o pepino” nunca fez tanto sentido.

    Se optar pela atribuição de uma pequena quantia de dinheiro aos seus filhos, aconselhamos a que, durante a infância, o faça através de uma semanada e, durante a adolescência, de uma mesada. Quanto mais crescidos são, mais noção terão de como gerir o dinheiro assim que entrarem no mercado de trabalho.

    3. Introduza o conceito de “mealheiro”

    Especialmente com crianças pequenas, o conceito de mealheiro funciona muito bem e incentiva-os a cuidar daquilo que é seu. E por mealheiro, não nos referimos apenas ao conceito, mas sim ao objeto em si: uma caixa ou um animal - normalmente um porquinho ou um unicórnio - que faz com que se sintam especiais ao ter um recipiente próprio para reunir todo o seu dinheiro em segurança.

    4. Incentive os donativos a quem mais precisa

    Parte da educação financeira das crianças, deve também conter a explicação da diferenciação entre três usos que podem dar ao seu dinheiro: gastar, poupar e doar. É nesta fase que pode e deve começar a falar sobre solidariedade, donativos e ajudar quem mais precisa. Aproveite as campanhas de associações como, por exemplo, o Banco Alimentar Contra a Fome ou o CASA (Centro de Apoio ao Sem Abrigo) e incentive os seus filhos a comprar alguns alimentos numa ida às compras em que estejam a ser angariados estes donativos em géneros.

    5. Crie uma ligação entre poupança e evitar o desperdício

    Poupar é sinónimo de não desperdiçar. Repita este mantra e, mais uma vez, demonstre de que forma é que isto é verdade com exemplos práticos. Por exemplo, da próxima vez que alguém deixar uma quantidade substancial de comida no prato, relembre os mais pequenos do preço dos ingredientes que foram usados para confecionar aquela refeição e que percentagem estará a ser desperdiçada.

    Leve os seus filhos consigo na próxima ida às compras, envolvendo-os no processo de escolha dos produtos, privilegiando a poupança sem sacrificar a qualidade. Ensine-os a comparar os preços entre marcas tendo em conta o preço por quilo/unidade e o peso de cada produto. Desta forma, estará a ensinar a importância de fazer compras mais conscientes, a poupar dinheiro e, ao envolvê-los no processo de compra, estará a criar verdadeiros soldados contra o desperdício!

    6. Crie uma poupança para o seu filho

    A certa altura, um mealheiro físico poderá já não ser suficiente. Para além disso, à medida que crescem, vão precisar de soluções mais… crescidas. Falamos, claro, de uma conta bancária. Não existe uma idade ideal para abrir uma conta no banco e esse passo fica ao critério dos pais ou encarregados de educação, mas em quase todos os bancos pode abrir uma conta para os seus filhos praticamente à nascença.

    As contas à ordem para crianças funcionam da mesma forma que as nossas na medida em que são contas em que se vai colocando dinheiro sem retorno extra (juros). Poderá também considerar a subscrição de um seguro financeiro, criado pelos pais em que os filhos constem como beneficiários, uma vez que é uma opção que, apesar de ter algum risco, terá retorno a longo prazo. Os valores que, em princípio, irão para estas contas, será dinheiro que não será utilizado no dia-a-dia e que terá a função de constituir uma poupança, cujo valor poderá ser reforçado sempre que quiser.

    7. Recompense-o pelo esforço

    Não falamos de uma recompensa necessariamente material, mas quando sentir que é merecido e que os seus filhos estão a aplicar os ensinamentos sobre poupança em prática, experimente oferecer-lhe um pequeno reforço na semanada ou mesada, uma experiência semelhante à nossa no mundo laboral, seja através de prémios de performance, seja através de aumentos por ações merecidas.

    8. Seja um exemplo

    Antes de implementar qualquer uma destas dicas e de enunciar qualquer lema de poupança aos seus filhos, lembre-se deste para si: liderar e ensinar através do exemplo. Os mais pequenos vão instintivamente procurar nos pais ou encarregados de educação os modelos a seguir e os comportamentos a replicar para as suas próprias vidas, por isso faça sempre um esforço consciente por agir de acordo com o que pede. Por outras palavras, não exija dos mais novos aquilo que também não põe em prática.

    Ensinar qual é a verdadeira importância de poupar dinheiro ou como fazê-lo, não é algo que consiga fazer numa manhã ou numa tarde; é um processo contínuo, uma construção de vários anos e muita paciência, amor e dedicação, mas no final vai valer a pena. O resultado desta missão bem-sucedida será o de criar adultos responsáveis e financeiramente estáveis. Até lá, aproveite para criar laços com os seus filhos através de lições educativas, mas também divertidas e desafiantes!

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