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    Qual a relação entre reforma e longevidade?

    Se abriu um jornal nos últimos tempos ou ouviu as notícias, já se deve ter deparado com uma palavra cada vez mais frequente: longevidade. Com uma vida cada vez mais longa, a preparação para a idade da reforma é um tema que inevitavelmente surge na vida de todos.

    Com o aumento da esperança média de vida, é já sabido que os regimes de segurança social têm menos capacidade, pelo que o tempo é o nosso melhor aliado.

    Quanto mais cedo começar a poupar para a reforma, melhor. Importa saber que consoante a idade em que começa a poupar, se aconselham diferentes produtos financeiros. Comece hoje mesmo a perceber como ganhar serenidade no futuro.

    O contexto atual

    Não há forma de dourar a situação dos sistemas de segurança social na Europa. A Comissão Europeia já assumiu publicamente que, por exemplo, quem se reformar em 2045 receberá de pensão do sistema público cerca de metade do salário que ganhava.

    Portugal enfrenta um dos maiores problemas de envelhecimento da população e baixa natalidade, estando no topo do ranking na Europa e no Mundo. As notícias não são ideais: o sistema de segurança social obriga a cada vez mais anos de trabalho e contribuições, o que não implica necessariamente maior segurança no trabalho. Pelo contrário, o desemprego e a precariedade são realidade incontornáveis.

    As recentes situações de pandemia e também de guerras demonstram que nada é estático e adquirido, e que a realidade de cada geração em termos de garantia de reforma pode mudar a qualquer momento.

     

    Quais são as soluções à vista? 

    É preciso pensar em soluções de poupança e investimento que permitam complementar a pensão de velhice de uma larga maioria da população, para poder manter a qualidade de vida após reforma. Mas a estratégia imediata a seguir por cada um, depende de vários fatores: quais os seus objetivos; quantos anos faltam até à reforma; qual a fase da carreira em que se encontra; qual o seu perfil de risco de investidor ou tolerância ao risco nos investimentos e qual a sua situação financeira atual.

    Quanto mais perto da idade da reforma estiver, mais arriscado será investir em produtos financeiros de grande risco. No entanto, o risco também depende da estrutura financeira de base. Se começar a poupar tardiamente, terá, naturalmente, de poupar bastante mais por mês. Hoje em dia aconselha-se normalmente as pessoas a começar a poupar quando começam a trabalhar e não aos 40 ou 50 anos de idade, como antigamente.

    Como para uma parte considerável da população é difícil poupar, assim que receber o salário pode programar uma transferência automática para uma solução de poupança para a reforma. A ideia é olhar para essa quantia como despesa fixa e essencial, tal como a renda/prestação da casa. 

    Sejam produtos de capital garantido, ou outros de maior risco, é importante investir em produtos financeiros específicos para a reforma. São interessantes para poupar porque têm maior vantagem fiscal, tendo um benefício quando subscreve e uma taxa mais reduzida sobre as mais-valias quando resgata.

    É indispensável fazer contas a quanto precisamos de poupar para manter um estilo de vida semelhante ao atual. Existem simuladores que permitem ter uma ideia deste valor, tendo em conta o que já descontou para a Segurança Social e a evolução expectável do seu rendimento. A partir daí pode planear o(s) produto(s) em que vai investir.

    Que produtos financeiros podem ser utilizados para complementar a sua reforma?

     

    • Seguros PPR

    Os seguros são a modalidade de PPR mais comum e são, normalmente, designados apenas por PPR. Estes PPR são em forma de Seguro, mediante os quais a seguradora aplica o montante que o aforrador investiu num fundo autónomo. Podem ou não ter capital garantido e rendimento mínimo e são geridos exclusivamente por companhias de seguros. A Fidelidade disponibiliza, por exemplo, o PPR Evoluir que, de uma forma simples e automática, adapta-se às necessidades de investimento de acordo com a idade de cada um, aumentando o risco numa idade mais jovem e o capital garantido numa idade mais avançada.

    • Fundos PPR

    Os fundos PPR são fundos de investimento de pensões também conhecidos por FPR – Fundos Poupança Reforma. São semelhantes aos demais fundos de investimento mobiliário. Isto é, o capital subscrito está expresso em unidades de participação que têm um determinado valor diário. Os FPR são geridos por sociedades gestoras de ativos.

    • Regime Público de Capitalização (PPR do Estado)

    Destina-se aos trabalhadores que estejam abrangidos pelos regimes de descontos obrigatórios da Segurança Social, da Caixa Geral de Aposentações ou da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores. Este regime adicionou, em 2018, as pessoas singulares abrangidas pelo Regime de Seguro Social Voluntário.

    • Fundos de investimento

    Os fundos de investimento são instrumentos financeiros resultantes da captação de verbas junto de diversos investidores. Os montantes angariados formam depois um único património, que corresponde à soma de todo o capital disponibilizado pelos investidores, sendo esse património gerido por especialistas incumbidos de o aplicar em diversos ativos. Estão associados a riscos que variam consoante as regras definidas em cada um. São raros os fundos que oferecem garantia de capital. Não têm um retorno financeiro fixo. Tudo depende dos títulos e dos mercados financeiros onde os investidores apostam. Se os investimentos não correrem bem, poderá acontecer perder a totalidade do capital aplicado.

    • ETF 

    Os Exchanged Trade Funds são fundos de investimento cotados em mercado regulamentado, que, como os demais fundos de investimento, não garantem rentabilidade nem retorno do capital investido. Os ETF replicam a evolução de um índice e são transacionados (comprados e vendidos) em bolsa como se fossem ações, com possibilidade de negociação intra-diária (ou seja, comprar e vender ao longo do dia).

    • PEPP

    A Comissão Europeia criou um novo produto PPR – o PEPP (Produto Individual de Reforma Pan-Europeu) – com aplicação em todos os países da UE, com um conjunto de regras harmonizadas que garantam uma maior proteção do investidor. Este produto é digital e possibilita a mobilidade profissional no espaço europeu, tendendo a atrair trabalhadores jovens, embora queira atrair também investidores e outros aforradores. É um produto que promete ser competitivo, com a possibilidade de alteração das condições escolhidas inicialmente pelo aforrador.

     

    Dicas a ter em conta:

    • O conselho mais sensato é o de olhar o seu caso específico e diversificar a sua carteira de investimentos com produtos que diversifiquem o risco, ou seja, uns de capital garantido com retorno mais baixo, mas maior segurança no investimento, e outros onde arrisque mais, caso possa. Deve fazer sempre decisões informadas, e ler atentamente todas as condições inerentes aos fundos, sem esquecer as condições de resgate de capital.
    • É importante também manter a sua poupança após a reforma, sem a resgatar totalmente e pô-la em um produto cujo capital e rendimento é total ou parcialmente garantido. Tente manter o dinheiro investido (escolhendo produtos que tenham vantagem fiscal, como os Seguros PPR) e ir levantando o dinheiro à medida que for necessitando. É uma forma de manter o dinheiro a gerar rendimentos, mesmo após a reforma.
    • Este é um tema vasto, e sejam quais forem os produtos em que invista, faça uma grande análise ao mercado e não aceite o primeiro produto que lhe apresentem, uma vez que pode não ser o que melhor se enquadra no seu perfil de investidor. Também é importante verificar periodicamente qual a rentabilidade dos seus produtos, e fazer mudanças, se necessário.

     

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