Receber qualquer quantia de dinheiro fora a que habitualmente recebemos todos os meses, é sempre tido como algo positivo e bem-vindo. Porém, a dúvida é quase sempre a mesma: poupar ou gastar? Se está a precisar de inspiração para tomar uma boa decisão relativamente ao reembolso do IRS, bónus salarial, ou a dinheiro extra de outra proveniência, conheça as nossas 10 ideias.
Eliminar ou reduzir as suas dívidas é sempre uma boa ideia. Pode lembrar-se de várias coisas que gostaria de comprar com o dinheiro extra que acabou de receber, mas poucas coisas serão um melhor investimento do que a liquidação de dívidas. Para além do sentimento de liberdade que sentirá após terminar de pagar algo, terá uma maior folga orçamental todos os meses sem a prestação que estava a pagar antes.
Por falar em dívidas relacionadas com créditos, não nos referimos ao Crédito Habitação, pois tendo em conta os juros reduzidos e spreads normalmente baixos, apesar de em meados de 2022 estarem a suvir, poderá não compensar amortizar.
Resumindo, sugerimos que comece por pagar as dívidas dos cartões de crédito, uma vez que as taxas de juro são por norma as mais elevadas. Outra opção é amortizar o crédito automóvel ou pessoal, que também possuem taxas altas. Mesmo que não consiga pagar tudo, irá certamente reduzir a sua prestação mensal com créditos.
Antes de investir, pense se realmente precisa desse dinheiro. Se chegar à conclusão de que está à vontade para utilizá-lo em investimentos com algum risco porque gosta de arriscar um pouco e quer multiplicar o seu dinheiro, considere então aplicá-lo em fundos de investimento / seguros financeiros.
Os fundos de investimento / seguros financeiros são produtos financeiros geridos por uma equipa que, com o dinheiro dos investidores, faz aplicações em diferentes tipos de ativos financeiros tendo em conta as indicações do fundo.
Tenha ainda em conta que os seguros financeiros têm associado uma fiscalidade mais vantajosa dos que os fundos de investimento em geral, o que representa só em si uma vantagem significativa no que diz respeito à tributação sobre os rendimentos deste investimento.
Pode existir risco associado a este tipo de investimento e, como tudo na vida e nas finanças, tem vantagens e desvantagens.
Se considera que os fundos de investimento/seguros financeiros são uma boa opção para aplicar o seu dinheiro extra ou reembolso de IRS, antes de investir informe-se sobre as condições de resgate, bem como sobre os custos com comissões.
Um Plano Poupança Reforma (PPR) é um produto financeiro criado para rentabilizar o seu dinheiro a longo prazo e com condições mais vantajosas do que outros produtos de poupança. Aplicar o seu dinheiro num PPR é investir num complemento de reforma, com a vantagem de poder usufruir de benefícios fiscais, declarando os reforços no IRS.
Embora muitas pessoas olhem para a data da reforma como longínqua e como a última opção na hora de investir o seu dinheiro, poupar para a sua reforma é seguramente uma das decisões mais inteligentes que pode tomar.
O fundo de emergência dispensa apresentações, mas é sempre útil recordarmos a sua importância. Na vida, existem sempre situações inesperadas e que, muitas vezes, requerem pagamentos avultados e também eles inesperados. Falamos de avarias no carro ou em casa, questões de saúde, acidentes, etc.
Nestes casos, é sempre bom ter um fundo de emergência ao qual pode recorrer para pagar estas despesas sem, para isso, sacrificar o seu orçamento mensal.
Destinar algum dinheiro que tenha recebido do reembolso do IRS ou por algum trabalho ou horas extra para reforçar o seu fundo de emergência (ou mesmo para dar início ao mesmo), é sempre uma boa opção.
A nossa casa é, por excelência, o nosso refúgio; o lugar onde nos sentimos mais protegidos e confortáveis, sendo palco de memórias e de criação de laços com família e amigos. A casa é também um projeto a longo prazo que nunca está propriamente “acabado”, pois há sempre renovações e redecorações a fazer. Quase sempre, existe um cantinho, uma parede ou um eletrodoméstico a precisar de reparação, por mais pequena que seja e, sendo o nosso lar uma parte física e emocional tão impactante nas nossas vidas, investir nele é algo muito positivo para fazer com o seu dinheiro extra.
À semelhança da casa, cada um de nós é também um projeto para a vida toda, no qual vale (muito) a pena investir. E uma das melhores formas que existem para investirmos em nós é através da formação. Dependendo da formação escolhida, podemos alimentar o nosso lado pessoal ou espiritual, desenvolver aptidões dentro da nossa área profissional, ou mesmo explorar uma nova área e aprender novas aptidões ou línguas! No que diz respeito à formação, o céu é - literalmente - o limite. Desafie-se e aposte em si; este é um investimento que muito dificilmente será desperdiçado.
Gastar o seu reembolso do IRS (ou dinheiro extra) numa viagem que está a adiar ou a desejar há muito tempo é um investimento não recuperável. Quer dizer… mais ou menos. É verdade que não vai gerar mais dinheiro, mas é bem provável que o rendimento deste investimento venha em forma de memórias inesquecíveis.
Por mais importante que seja termos dinheiro e poupanças, a verdade é que o nosso dinheiro não serve apenas para emergências ou para o futuro, mas também para experienciarmos o que de melhor a vida tem no presente. Viajar é uma forma de vivermos, de saborearmos instantes, novos lugares, história, cultura… e é também uma forma de investirmos na nossa felicidade.
Outro investimento cujo retorno é do foro emocional: usá-lo para ajudar quem mais precisa.
Esta é uma escolha muito pessoal, mas se tiver essa disponibilidade financeira e sentir esse desejo, use um pouco do seu dinheiro para fazer um donativo a uma associação que apoia, ou para comprar bens e doá-los. Pode ainda apadrinhar um animal (como, por exemplo, no caso dos lobos do CRLI (Centro de Recuperação do Lobo Ibérico). Este é apenas um exemplo em como pode ajudar a preservar certas espécies, nas no caso do CRLI, existem programas de apadrinhamento que requerem apenas 40€/anuais.
Se recebeu algum dinheiro extra, aproveite para refletir acerca daquilo que o move e sobre as causas em que sente que poderá ajudar e causar impacto positivo.
Decidir que destino dar ao nosso dinheiro - quer seja extra ou não - é um poderoso exercício que determina não só a nossa relação com a nossa carteira, mas também a saúde da nossa vida financeira.
Esta é uma decisão que difere de pessoa para pessoa e que depende das suas prioridades, mas no que diz respeito a essa escolha, arriscamos afirmar que qualquer uma destas opções será acertada.